Por MARKETING IPFACE 
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 16 de janeiro de 2025 
 
 Tumores da Parótida                                                                 A glândula parotídea é a maior de todas as glândulas salivares, sendo a mais frequentemente atingida por tumores. Destes, cerca de 80%, são tumores benignos, com os restantes 20% de natureza maligna. Estes tumores na maioria das vezes apresentam-se como massas indolores, de crescimento progressivo e sem outros sintomas associados.                                                                    O tipo de tumor mais frequente da parótida é um tumor benigno, denominado de adenoma pleomórfico. Apesar de se tratar de um tumor benigno, apresenta um risco de malignização de 1.5% nos primeiros 5 anos, sendo que em tumores com mais de 15 anos de evolução o risco de transformação maligna pode ser superior a 10%. Além do tempo de evolução da doença, existem outros factores de risco importantes como sejam: a idade avançada do doente; ter realizado radioterapia na região do pescoço e da cabeça; tumor de grandes dimensões ou recorrentes.                                                                    O tratamento de eleição para estes tumores é a cirurgia, com a excisão completa do mesmo. Trata-se de uma cirurgia extremamente delicada e que consiste na separação do tumor do restante tecido saudável, com preservação do nervo facial, o nervo responsável pela mobilidade da face.                                                                                                                                                                   Tenho um tumor, será que preciso de ser operado(a)?                                                                                             Um estudo recentemente publicado tentou perceber qual o melhor tratamento para os tumores da parótida. Para tal, os autores compararam duas opções de tratamento: cirurgia versus observação/vigilância. Ponderaram os riscos de transformação maligna do tumor e o risco de complicações da cirurgia e anestesia. Chegaram às seguintes conclusões:                                                                    – abaixo dos 70 anos a cirurgia apresenta menos riscos, sendo o procedimentos de eleição;                                                                    – entre os 70 e os 80 anos, ambas as condutas apresentam o mesmo benefício;                                                                    – acima dos 83 anos a opção de vigilância/observação era a mais favorável.                                                                                                                                        Este estudo apresenta contudo algumas questões:                                                                    – apenas diz respeito a um tipo de tumor da parótida, não se aplicando a todos os outros;                                                                    – a idade real/cronológica muitas vezes não reflecte o estado geral do indivíduo, devendo ter-se em linha de conta os antecedentes da pessoa e as doenças que apresenta;                                                                    –  o estudo apenas considerou que a indicação para a cirurgia é pelo risco de transformação maligna, mas existem outras indicações, como sejam a deformação facial, o stress/preocupação causado pela presença de um tumor, por exemplo. Estes aspectos não foram equacionados nesta análise.                                                Dr. Tiago Costa