O edentulismo (não ter dentes) é um problema de saúde pública que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Define-se edentulismo por uma perda total dos dentes permanentes. A Organização Mundial de Saúde, revela que 30% dos indivíduos com idades compreendidas entre 65 e 74 são edentulos. O edentulismo afeta cerca de 7% da população portuguesa. O ser humano vai perdendo a dentição permanente ao longo da vida, não só devido a processos patológicos (como a lesões cariosas e a doença periodontal, mas também a traumatismos e à presença do cancro oral), mas também devido a processos não patológicos, relacionados com procedimentos dentários (por exemplo a acessibilidade aos cuidados de saúde oral, as preferências do doente e as suas opções de tratamento, a assiduidade às consultas médico dentárias, a atitude do médico dentista e também às particularidades do sistema de saúde). A perda de todos os dentes da cavidade oral tem um impacto bastante significativo. Para além das limitações funcionais, ocorrem também limitações psicológicas e sociais, com repercussões negativas na qualidade de vida e bem-estar. Como consequências do edentulismo podemos destacar:
1-
Dificuldade na Mastigação
A eficácia da função mastigatória está diretamente relacionada com a presença de dentes na boca, pelo que o primeiro passo da digestão, onde se forma o bolo alimentar, fica comprometida pela ausência de dentes;
2-
Dificuldade na Comunicação
Sendo a comunicação essencial ao bem-estar biopsicossocial do ser humano, o edentulismo representa uma barreira à comunicação harmoniosa entre indivíduos;
3-
Compromisso da Estética Facial
Como consequência da falta de dentes, a estética facial fica comprometida. Por um lado, devido à ausência dos dentes naturais, por outro, devido à perda do suporte facial, resultando no aspeto envelhecido do indivíduo. A forma da face e a sua estética estão intimamente relacionadas com a altura do terço inferior da face, e por isso, a perda de dentes e a consequente reabsorção óssea são fatores importantes a ter em consideração.
A consequência de ficar sem dentes na boca é o inicio de um processo de artrofia / reabsorção óssea progressivo. Este processo de reabsorção do osso é agravado e acelerado ao usar uma prótese dentária removível. Sabemos hoje que a idade, o sexo, a duração do edentulismo, a estrutura facial, os hábitos parafuncionais, o número prévio de próteses usadas, a higiene oral, a carga oclusal, a nutrição e o uso de medicação para a osteoporose são todos fatores que influenciam a artrofia / reabsorção óssea. Com o passar dos anos o processo de reabsorção aumenta e a dificuldade de tratamento é maior.