CIRURGIA À GLÂNDULA TIROIDEIA

A glândula tiroideia pode desenvolver doenças benignas ou malignas.

Quando falamos de doenças benignas podem ser incluídas o hipertiroidismo (aumento de função da tiroideia), o bócio (aumento de volume), e a doença nodular da tiroide.

As doenças malignas incluem, por exemplo, os carcinomas bem diferenciados e o carcinoma medular da tiroideia, sendo que se manifestam como nódulos na tiroide ou no pescoço.

Apesar da tiroide poder provocar uma variedade de sintomas (perda ou ganho de peso, dificuldade em engolir, rouquidão, insónia, entre outros), a grande maioria dos nódulos de tiroide não provocam sintomas. 

Na sua avaliação, torna-se essencial perceber se estes podem ou não estar associados à doença da tiroide.  É assim de extrema importância uma correta investigação clínica, principalmente, quando existe indicação cirúrgica.


A cirurgia da glândula tiroideia denomina-se de tiroidectomia e pode consistir na remoção total (tiroidectomia total) ou parcial da glândula (hemitiroidectomia) e está indicada nos seguintes casos: 

- Biópsia com resultado de cancro ou suspeito para cancro; 

- Biópsia inconclusiva; 

- Nódulos maiores que 4 cm; 

- Bócio ou tiroide muito grande que comprime as estruturas ou se estende para o tórax; 

- Hipertiroidismo não controlado. 

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Antes de realizar a cirurgia da glândula tiroide devem ser efetuados alguns exames, nomeadamente:   

- Testes sanguíneos de função tiroideia (T4, TSH); 

- Laringoscopia pelo otorrinolaringologista para avaliar a função das cordas vocais, visto que os nervos que inervam as cordas vocais, estão localizados junto à glândula; 

- Ecografia da glândula: a presença de microcalcificações, nódulos sólidos hipoecoicos, hipervascularizadoa, e a presença de bordos irregulares são considerados suspeitos de doença maligna; 

- Citologia aspirativa guiada por Ecografia (picada para colheita de células, habitualmente denominado de biópsia;) 

 - TAC para avaliar a extensão da doença abaixo do esterno e a existência ou não de compressão da traqueia. 


As complicações possíveis da cirurgia à tiroide, frequentemente, não são explicadas com clareza aos pacientes e ainda hoje é muito comum observar doentes que ficaram roucos após a cirurgia e que consideram que isso é normal e suposto. Na verdade, não é normal! É uma complicação cirúrgica que se deve evitar, mas principalmente, se pode tratar. É possível reabilitar a voz ou a respiração através de uma cirurgia de recuperação dos nervos das cordas vocais ou reinervação, ou mesmo por intervenção de outros procedimentos como injeções nas cordas vocais ou colocação de próteses.